Para atender à crescente demanda por novas aeronaves, as empresas aeroespaciais precisam aumentar a produção sem comprometer a qualidade. Alcançar esse equilíbrio depende da combinação bem-sucedida entre tecnologias de ponta e o know-how humano especializado.
O setor aeroespacial comercial está passando por uma recuperação notável, impulsionada por uma carteira saudável de 15.694 pedidos de aeronaves e quase o dobro disso em motores*. A retomada das viagens internacionais está alimentando a demanda, com taxas de pedidos em alta, especialmente para aeronaves de fuselagem larga. Os indicadores de crescimento a longo prazo também são fortes, com diversos grandes contratos esperados para serem anunciados durante o Farnborough International Airshow desta semana.
Essa confiança crescente é uma ótima notícia para o setor aeroespacial do Reino Unido, que já contribui com quase £11 bilhões em valor agregado para a economia britânica, exporta produtos no valor de £20 bilhões por ano e emprega diretamente 104.000 pessoas, incluindo 6.000 aprendizes*.
A atual carteira de pedidos, estimada em quase £248 bilhões apenas para o Reino Unido, representa mais de uma década de trabalho com os níveis de produção atuais. No entanto, cumprir esses pedidos representa um enorme desafio. Enquanto fabricantes líderes como Airbus, Boeing, COMAC e Embraer buscam aumentar a produção, são impedidos pela falta de capacidade.
Enfrentar esse desafio é vital para aproveitar a trajetória de crescimento do setor, afirma Howard Green, especialista em aeroespacial da Desoutter UK.
“Para atender à crescente demanda, os fabricantes precisam construir todas as partes de uma aeronave — da cabine ao estabilizador traseiro — mais rapidamente, mantendo os mais altos padrões de segurança e qualidade. No entanto, a disponibilidade de mão de obra e de capacidade de produção continua sendo uma grande limitação,” explica.
Ganhos substanciais com mudanças simples
No setor aeroespacial, há uma demanda constante para reduzir as horas de trabalho e os custos de fabricação por peça. Felizmente, é possível obter grandes ganhos de eficiência com mudanças simples, como melhorar a qualidade na primeira tentativa e garantir que instruções de trabalho ou documentos de apoio estejam prontamente disponíveis para os operadores. Da mesma forma, o avanço em direção à fabricação neutra em carbono oferece oportunidades fantásticas com a redução ou eliminação do uso de ar comprimido, à medida que ferramentas movidas a bateria se tornam realidade.
Scott Howard, Gerente do Setor Aeroespacial na Desoutter UK, ilustra como uma pequena mudança pode levar a economias significativas de tempo e custo: “Milhões de furos são perfurados todos os anos em fábricas aeroespaciais, muitas vezes atravessando várias camadas de material ao mesmo tempo. Perfurar 38mm de material compósito sobre 19mm de titânio pode levar mais de dois minutos com uma furadeira pneumática fixa, comparado a apenas 46 segundos com uma furadeira elétrica inteligente fixa.
“Ambas levam exatamente os mesmos 41 segundos para perfurar o titânio. A grande redução de 63% no tempo total de ciclo se deve à capacidade da ferramenta elétrica de otimizar a velocidade de perfuração — mais lenta no titânio, mais rápida no compósito. Uma furadeira pneumática não consegue esse desempenho, pois precisa estar ajustada para a velocidade ideal do material mais duro do conjunto. Essa economia de tempo, apenas ao mudar de uma ferramenta pneumática para uma elétrica, é um ótimo exemplo de como a otimização — e não a revolução — pode oferecer retorno imediato.”
Para quem deseja ir além, a automação leve, como braços robóticos ou robôs colaborativos (cobots), representa uma grande oportunidade para impulsionar a eficiência, a precisão e a segurança na fabricação aeroespacial.
“Ao automatizar tarefas repetitivas, os robôs reduzem significativamente os erros humanos enquanto aumentam a produtividade. Sua flexibilidade e habilidade para lidar com operações complexas garantem precisão e consistência incomparáveis,” afirma Howard.
Para algumas empresas, a automação leve pode ser a primeira incursão no mundo da robótica. Para usuários mais experientes, pode significar substituir sistemas pesados de automação por soluções mais econômicas e flexíveis. Seja qual for o caso, a Desoutter tem ampla experiência em integrar automação leve perfeitamente aos fluxos de trabalho existentes para tarefas como rebitagem, perfuração, fixação e muito mais.
Enfrentando o desafio principal
A automação leve faz parte do Desoutter ECOSYSTEM, um ecossistema interconectado de ferramentas e tecnologias projetado para aumentar a eficiência, capacitar os operadores e promover a melhoria contínua.
Ele reúne uma variedade de soluções tecnológicas flexíveis, escaláveis e intuitivas, com suporte especializado para enfrentar de forma eficaz os desafios atuais e futuros da produção. No seu centro estão os cinco pilares interconectados da Desoutter:
- ATIVOS CONECTADOS: Integrar equipamentos operacionais com TI para medição de qualidade em tempo real, prevenção de erros, rastreabilidade e gestão de ativos.
- INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS: Fornecer pacotes personalizados de ferramentas, software e automação leve para atender a todas as aplicações.
- CAPTURA DE MOVIMENTO: Oferecer rastreamento em tempo real de ativos e movimentos do operador para aumentar a qualidade e eficiência na primeira tentativa.
- CONTROLO DE PROCESSOS: Simplificar a complexidade da produção por meio da gestão das estações de trabalho, orientação do operador, padronização de tarefas e gerenciamento de variantes.
- DECISÕES BASEADAS EM DADOS: Utilizar análise contínua de dados de produção com alertas e notificações para tomada de decisões informadas e ações proativas.
Esses pilares estão diretamente alinhados com três áreas-chave na aeroespacial: segurança, qualidade e custo, explica Howard; “Aumentar a segurança na oficina pode ser tão simples quanto substituir equipamentos pneumáticos ou movidos a ar por ferramentas elétricas ergonômicas, criando um ambiente de trabalho mais silencioso e confortável, sem mangueiras pelo chão.
“Sistemas de orientação para operadores, com interfaces fáceis de usar, podem guiar os trabalhadores passo a passo na montagem, otimizar seu processo de fabricação e eliminar o risco de operações esquecidas e componentes confusos. A análise de dados pode monitorar todos os aspectos da produção em tempo real, permitindo detectar operações anormais e identificar tendências, gargalos e áreas para melhorias.”
Compreendendo o custo total de propriedade
Soluções como estas são flexíveis, escaláveis e comprovadas para simplificar o processo de montagem, aumentar a eficiência da linha e melhorar a qualidade do produto final. No entanto, o setor aeroespacial tem sido mais lento para adotá-las em comparação com outros setores, como automotivo e indústria geral.
Será que as empresas aeroespaciais não compreendem totalmente o custo total de propriedade? O TCO (Total Cost of Ownership) engloba todos os custos associados à compra, operação e manutenção dos equipamentos ao longo de seu ciclo de vida, e não apenas o preço inicial. Entender o TCO é crucial para tomar decisões que otimizem os retornos financeiros a curto e longo prazo.
“Na Desoutter, enfatizamos a importância de avaliar o TCO para realmente entender o valor de nossas soluções. Isso envolve considerar não apenas o investimento inicial, mas também fatores como consumo de energia, custos de manutenção, tempo de inatividade, produtividade e escalabilidade futura,” diz Howard.
Scott concorda e acrescenta que escolher uma solução apenas porque ela tem um investimento inicial mais baixo muitas vezes não é a melhor estratégia; “Ao focar somente no curto prazo, você corre o risco de tomar decisões que parecem econômicas hoje, mas que se mostram mais caras no longo prazo.
“Entendemos que os fabricantes aeroespaciais estão sob forte restrição financeira. No entanto, com carteiras de pedidos saudáveis, trabalho garantido por décadas e mais crescimento previsto, agora é o momento para decisões ousadas e de longo prazo, e a Desoutter pode apoiá-lo em cada etapa para comprovar isso.”
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